Leite de qualidade, animais saudáveis
Mais que o bom volume, o indicador de produtividade leva em conta parâmetros da legislação que refletem ainda, na saúde do rebanho
Imagine você na estrada em direção a uma localidade específica pela primeira vez. No caminho, para agilizar, você geralmente tem duas possibilidades: perguntar para alguém que não tem certeza ou usar um GPS. Se caso optar pela primeira alternativa, as chances de atrasar ou ter mais dificuldades no trajeto, são maiores. Esse exemplo pode ser utilizado de modo figurativo na pecuária leiteira, principalmente na otimização dos resultados. Isso porque, com informações seguras e confiáveis, ampliam-se as chances de resultados cada vez melhores. Para isso, os associados da Alfa contam com uma assistência técnica de ponta que alia profissionais especializados e tecnologias.
“Produzir leite de qualidade é uma obrigação”
Na propriedade do associado Rubens Grando, em Guaraciaba/SC, o que não falta é dedicação pelo ramo leiteiro. À frente dos trabalhos junto à filha Alana, S. Rubens recorda que o contato com a atividade iniciou ainda na infância, aos seis anos de idade, quando acompanhava o trabalho da família. Sobre o que o motiva a permanecer no mesmo campo há tanto tempo, o produtor é direto: o apreço pela atividade. “Para ser produtor de leite, não basta ter dinheiro para investir, é preciso gostar do que se faz. É uma atividade desafiadora que exige diariamente, muito cuidado dos produtores. Produzir leite de qualidade não é mérito do produtor, é uma obrigação”, declara o produtor.
Para atingir índices favoráveis, o associado destaca que a propriedade segue critérios rígidos, faz monitoramentos, mantém o controle do plantel, identificação de pontos críticos e realização de planos de ação, entre muitos outros cuidados. “Não importa o tamanho da propriedade, mas sim, o empenho e o trabalho intenso”.
Ao definir a importância da Alfa na rotina diária, S. Rubens pontua que entre os fatores que auxiliam nessa relação com a cooperativa, é o fato de contar com uma assistência técnica e ter uma parceira tanto em variedades de opções na compra, como na hora da venda. O produtor acrescenta ainda, que outra questão que influencia diretamente é a seriedade profissional ao manusear o alimento. “Com o passar do tempo, a valorização do leite em todo o país melhorou e, se antes não éramos referência na produção e qualidade, com o passar do tempo, as exigências se tornaram um desafio muito bom para o produtor. Quanto mais qualidade, maior a sanidade do rebanho”, cita.
Para o associado, os desafios da propriedade geralmente são compartilhados entre todas do setor e o foco é melhorar a lucratividade. “Acredito que precisaríamos discutir mais sobre a cadeia do leite em âmbito de país. Quem mais ganha é o produtor e o consumidor. Por isso é preciso que todos os produtores brasileiros melhorem constantemente, invistam em tecnologias e treinamento dos colaboradores”.
O que é um leite de qualidade?
A médica veterinária, Patrícia Valandro, que atua na região de São José do Cedro, explica que, a normativa do Ministério da Agricultura, exige um leite com critérios mínimos de qualidade com índices de gordura de 3%; proteína de 2.9%; lactose de 4.3; CCS de 500 mil e uma Contagem Bacteriana Total (CBT) de 300 mil. “Na regional do Extremo Oeste, os números surpreendem com média/ano de 314 mil de CCS; 12 mil de CBT; 4.02 de gordura e 3.32 de proteína; com uma média produtiva de 22 litros/vaca dia de propriedade integrada. No mês de outubro, a média da CCS da regional fechou em 247 mil e a CBT em 11 mil. Esses indicadores são melhores do que os cobrados pela normativa e estão relacionados ao perfil técnico dos produtores, a exemplo do S. Grando que busca constantemente o aprimoramento em relação à qualidade. Uma CSS baixa, dieta de qualidade, conforto térmico, controle reprodutivo, entre outros fatores, unidos, contribuem para que o animal consiga entregar produtividade e sanidade”, comenta Patrícia ao mencionar que na propriedade do S. Rubens, há essa atenção permanente aos animais.
Na avaliação da médica veterinária, a região enfrentou um inverno bastante chuvoso e com isso, os desafios aumentam, tanto para o gado confinado, como para o que está nas pastagens, com aumento dos casos de mastite ambiental. “Já com as altas temperaturas também é delicado, e é preciso buscar um conforto térmico para as vacas com foco em contribuir na produtividade e reprodução”.
Na alimentação, os desafios referem-se à uma silagem adequada, colhida com bom tamanho de partícula e com ponto de corte que gera uma produção de amido e matéria seca dentro dos padrões esperados, com menos dificuldade para balancear a dieta. “Tudo isso impacta nos índices de produção de leite e sanidade”.
Trabalho em equipe faz a diferença
Decidida a muito mais que seguir a profissão do pai, mas cuidar dos animais e de toda estrutura investida pela família, Alana que é médica veterinária, não esconde o carinho especial pela atividade leiteira. “Hoje são aproximadamente 500 animais, sendo 220 em lactação. Já fechamos recentemente a semana com uma média de 49 litros – no lote de alta produção - e no lote de novilhas, 42 litros de média”.
Para atingir bons patamares, ela afirma: “Nosso trabalho é com pessoas. Se elas não gostaram de nós, não tem como desenvolver um bom trabalho. Por isso, acredito que os responsáveis diretos por esses indicadores são os integrantes da nossa equipe. Estão todos de parabéns. Precisamos ter um básico bem feito em relação aos cuidados dos animais, mas para isso, é preciso profissionais engajados”.
Estrutura
A propriedade conta com dois galpões no sistema Compost Barn. “Isso aumenta muito o desafio em relação à qualidade de leite no inverno, devido à umidade da cama, mas em dias quentes é importante manter os ventiladores ligados, com fluxo de ar para secar o ambiente. Os dois galpões têm ventiladores e aspersão para os dias de calor, sendo que as vacas gostam de rotina”, comenta Alana ao salientar que o conforto térmico para o animal é a “cereja do bolo”.
Para ela, em meio às alegrias e desafios do trabalho, o que mais a motiva é a missão de estar ao lado do pai na atividade.” É uma trajetória construída há 50 anos. Ao mesmo tempo, há muito amor pelo trabalho e gratidão em acompanhar os processos e o ciclo completo na propriedade”.
Alana reforça ainda, que o suporte técnico recebido é muito importante. “A equipe nos entende, esclarece dúvidas, independentemente do horário. Estamos numa cooperativa e é essencial o papel da Alfa em oferecer a coleta de amostras, monitorar o controle de qualidade, pois amplia a segurança em nosso trabalho”.
Grande volume e boa qualidade
A técnica, Juliana do Amaral, acompanha de perto os trabalhos da família Grando. Segundo ela, é uma propriedade muito organizada que se torna exemplo para a região, tanto no enfrentamento dos desafios, a exemplo do clima, como nos indicadores que consegue alcançar. “Eles desenvolvem um trabalho muito eficiente, onde entregam um volume de leite muito significativo e seguir todos os parâmetros que envolvem a qualidade, como CCS, CBT e sólidos de leite alto. Tudo isso com animais longevos que entregam indicadores positivos e média de produção muito boa”.
Assessoria de Imprensa Cooperalfa